domingo, 25 de novembro de 2018

Keep breathing



Hoje uma pessoa me perguntou se estava bem, eu respirei fundo e disse que sim. A verdade é que eu não estava, não naquele momento. Ali eu só queria poder chorar sem a comoção de alguém. Então, eu respirei e disse que sim. Sem perceber eu já estava em outra conversa, sentindo outras emoções e estando, de fato, bem. A minha intenção aqui não é falar sobre suprimir sentimentos, mas dizer que às vezes tudo o que precisamos é de ar.
A sensação de estar o tempo todo no controle é sufocante porque a vida não nos da satisfação de como e onde ela vai acontecer. Ela acontece independente dos nossos planos. Haverá situações que precisaremos ser mais fortes que nossas próprias dores para poder apoiar alguém. Às vezes, teremos que superar nossos medos para ajudar alguém a superar seus próprios. Algumas vezes irá chover quando desejarmos sol. Outras vezes, o sol vai aparecer do nada, depois de cinco dias de chuva, quando menos esperamos.
Então, se você está passando por um momento em que coloca suas emoções no limite do seu autocontrole, saia com seus amigos, brinca com seu cachorro, coloca sua música favorita no volume máximo enquanto dirige. Eu sei que nada disso vai solucionar seus problemas, mas talvez seja o ar puro que você está precisando pra respirar, pelo menos por hoje. Um dia de cada vez.

“[...] E de repente no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo como ‘estou contente outra vez’.”

sábado, 4 de agosto de 2018

Para os dias cinza...




Hoje, enquanto estava acompanhando as notícias, a vida pareceu um pouquinho mais cinza sabe?

Daqueles dias que as notícias do mundo nos engolem e nosso coração pesa, como se tudo ao redor fosse mais pesado e escuro.
Comecei a desejar que alguém acendesse a luz do cômodo. Explico, sabe quando estamos há tanto tempo em um lugar que começa a ficar escuro e a gente se esquece de acender a luz até que alguém de fora chega e simplesmente aperta o interruptor e a visão ao redor melhora?

Quem acendeu a luz hoje foi uma menina e nem a conheço. Ela comentou sobre quão boa é a sensação de poder pagar a primeira pizza para a família, como nos sentimos úteis e importantes com “tão pouco”. As pessoas se identificaram contando sobre fazer compras pra casa, dar presente para os pais, pagar uma conta. Eu sorri porque lembrei dessa sensação em mim. Depois, ao rolar da timeline, surgiu um vídeo de um garotinho aprendendo a andar de muletas e contando muito animado pra sua cachorrinha Maggie que estava conseguindo andar sozinho “Estou andando Maggie, estou andando”. Meu coração se encheu de alegria por ele.

Isso me fez pensar nos pequenos milagres, em como a vida é feita de detalhes. Iremos brigar com quem a gente ama, iremos encontrar problemas no trabalho, iremos descobrir que estamos errados, iremos receber más noticias, iremos cansar da rotina. Mas também iremos ver garotinhos andando, iremos criar laços verdadeiros, iremos vencer obstáculos, iremos cansar, mas descansar.

Tudo é uma questão de perspectiva. Se não acendermos a luz, não conseguiremos enxergar os detalhes. Os pequenos milagres acontecem o tempo inteiro, independentemente de qual seja nosso estado de espírito. 


Às vezes, só cabe a nós levantar e acender a luz, é louco pensar que o interruptor está ao alcance, o nosso foco que está em outro lugar. Enquanto ninguém decidir ligar o interruptor, continuará escuro. Às vezes, nos esquecemos da luz, mas ela está lá. Que possamos sempre lembrar que o escuro pode até chegar a incomodar, mas não é permanente se não quisermos.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Pare de olhar para o lado





Sabe por que gente feliz não “enche o saco”? Porque estão muito ocupados contemplando as próprias conquistas, refletindo sobre os próprios erros, contando suas bênçãos e não apontando o dedo para o erro dos outros, medindo o grau de merecimento ou sorte de conquista alheia, brigando com a própria vida o tempo inteiro.
Precisamos aprender a parar de olhar para o lado. Estamos o tempo inteiro comparando nossas vidas com a dos outros e quando fazemos isso ou desmerecemos as conquistas alheias ou nos sentimos frustrados com a nossa própria vida. Não temos o direito de desmerecer a luta de ninguém.  As pessoas sentem de formas distintas, reagem aos acontecimentos da vida de forma diferente. Nosso poder de julgamento é limitado porque julgamos a partir de nossas próprias experiências e valores. Às vezes, o que aos nossos olhos pode parecer sorte, levou anos de lutas internas que ninguém, além da própria pessoa, sabe, pra poder conseguir.
É visível que nós só desmerecemos o sucesso dos outros quando estamos insatisfeitos com nossa própria vida, quando nos sentimos injustiçados por ela, como se todo mundo merecesse menos e ganhasse mais que nós. A verdade é que cada um tem sua história. Em muitos momentos estaremos insatisfeitos, é normal, a vida é uma montanha russa de momentos bons e ruins. Não é porque passamos por uma situação mais difícil que o outro que a historia dele deve ser diminuída porque passou por aquilo de maneira mais fácil.
A vida não é uma competição, ela não se importa com quem chega primeiro, mas ela valoriza quem continua caminhando, apesar dos obstáculos que ora ela impõe, ora nós mesmos colocamos. Temos que lembrar toda vez que nos sentirmos injustiçados que a vida não nos deve nada. Ela só vai acontecendo, a questão é como nós reagimos a esses acontecimentos.
Provavelmente você já leu por ai que “não está atrasado, nem adiantado, está no tempo certo” porque as coisas acontecem em tempo e velocidades diferentes para cada um. Às vezes iremos ficar decepcionados, iremos brigar, iremos pensar em desistir, mas vai passar, uma hora passa. Enquanto isso em vez de ficarmos amargurados ou nos diminuindo devemos entender que cada fase nos ensina algo. Que possamos tornar os tempos de dificuldades em aprendizados. Para que a gente possa entender que se algo não aconteceu pra gente não é por uma questão de merecimento, mas de preparo e paciência.
Que a gente nunca perca a vontade de mudar aquilo que não podemos aceitar sobre a nossa história. Que a gente possa continuar achando nosso sonho incrível mesmo que ninguém mais ache. Que a gente possa ficar feliz com a alegria do outro mesmo que ele esteja rindo enquanto nós choramos. Que paremos de olhar para o lado e encaremos sem medo o espelho. Que sejamos a melhor versão de nós mesmo.

sábado, 6 de janeiro de 2018

Ser ou Parecer

Até um tempo atrás eu achava que quem postava em redes sociais a todo o momento era uma pessoa que estava querendo “fazer parecer” demais. Como se fosse uma felicidade forçada e havia uma necessidade de se autoafirmar o tempo inteiro. Até que um dia eu conheci um cara que era o contrário disso.
   Eu percebi que ele se “escondia” demais, não permitia marcações em fotos, os amigos eram bloqueados, não colocava em um relacionamento sério mesmo estando em um, não se expunha de nenhuma forma. A “desculpa” era de que redes sociais não são importantes, ele não precisava postar foto com alguém para provar que amava aquela pessoa. Eu concordo. O problema aqui era a hipocrisia. Era um cara que traia a namorada, mentia, manipulava pessoas, e por esses motivos se escondia de fato. Por que eu estou contando tudo isso? Porque depois de conhecê-lo, passei de uma pessoa que julgava quem se expunha demais na internet por julgar àquilo forçado, para uma pessoa que julgava quem não se comprometia em redes sociais, sendo em um relacionamento, opiniões, personalidade, etc. Eu questionava até que ponto algo é real quando você não se compromete socialmente, seja de maneira real ou virtual.
   Acho esse questionamento muito válido. Mas devemos ter cuidado com verdades absolutas. Não é porque alguém não gosta de exposição social que ele/ela seja igual ao personagem citado acima. Quando paramos de olhar pro outro e tentamos a toda hora definir como ele está se sentindo, o que ele quis dizer ou não, qual foi a intenção na publicação, com o intuito de ter a certeza de quem uma pessoa que conhecemos, apenas socialmente, é, paramos de olhar para nós mesmos.
   Eu percebi que uma época, eu estava o tempo inteiro vivendo em função do outro. Eram recorrentes os pensamentos “e se as pessoas acharem que estou querendo me exibir demais com essa selfie?” “e se as pessoas acharem que eu não valorizo minha família porque só posto fotos com amigos?” “E se as pessoas acharem que eu nunca faço nada de interessante?” “E se as pessoas não acharem que é verdadeiro quando eu falo de Deus” “e se as pessoas...”  Nessa época, eu publicava para atender as expectativas dos outros, não as minhas. O pensamento era sempre no que o outro ia pensar de mim.
   De uns meses pra cá, me vi cada vez mais madura e bem resolvida comigo mesma, isso fez com que eu sentisse a necessidade de compartilhar coisas cada vez mais, porque a felicidade era tão grande que eu não queria guardar só pra mim. E sabe qual a diferença de quando eu estava insegura e de agora pra quem olha de fora? Nenhuma. Porque não tem como a gente saber o que passa na cabeça e no coração do outro, independente de qual seja o nossa opinião como expectador sobre ele e sua vida social.
   Assim como alguém pode postar demais uma vida forçada, outro pode postar demais uma felicidade real. E se alguém não se coloca socialmente, pode ser sim porque a pessoa se esconde, como pode ser apenas porque ela não está afim e tudo bem.
   Por isso, através desse texto, eu venho fazer um convite: que sejamos menos duros com os outros para que sejamos menos duros com nós mesmos, principalmente em redes sociais. Não é porque uma pessoa não se comporta como nós virtualmente que ela está sendo necessariamente falsa ou melhor que a gente. “Promova o que te faz feliz ao invés de atacar aquilo que te desagrada”. E identifique em você o que te impulsiona a querer ou não mostrar algo. A opinião dos outros não terá o mesmo peso nas nossas vida e olharemos de forma mais gentil para o perfil alheio.