sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Histórias, nossas histórias





Acredito que uma das maiores angústias da vida é não ter respostas para as nossas perguntas. Queremos controlar cada movimento, saber cada passo seguinte. Porém, obviamente, nem todos os questionamentos possuem respostas e, às vezes, apenas o que precisamos são das próprias perguntas.
            Um dia, durante um intercâmbio, me perdi e minha única alternativa era “me achar”. Quando eu conto que me perdi sozinha à noite em outro país pra alguém, vejo no olhar das pessoas o medo de imaginar a situação. Quando alguém nos conta que se perdeu à noite numa cidade desconhecida, imaginamos as pessoas boas que ela encontrou no caminho ou os lugares incríveis que ela descobriu? Provavelmente não, pois nossa mente estará focada na angústia que sentiríamos para achar o caminho de volta caso isso acontecesse com a gente.
É difícil entender a moral de uma história sem ler o livro. Podemos até saber pela boca de alguém que leu, mas isso pode nos fazer perder partes importantes que dão sentido a história.
A gente se conhece mais se perdendo, errando e aprendendo, ouvindo e falando. Agora eu sei que o caminho pode ser tão bonito quanto a chegada, se não for mais. Mas só vamos conseguir enxergar isso se estivermos dispostos a aproveitar o enredo, sem se importar apenas com o final. A diferença da história da nossa vida e a de um livro comum é que na nossa história, a todo o momento, podemos alterar o rumo dos capítulos, se quisermos. A vida nos questiona o tempo inteiro e, hoje, me arrisco a dizer que, talvez, as perguntas sejam mais importantes que as respostas. São elas que nos motivam, enquanto nossas certezas nos acomodam na nossa zona de conforto.
Histórias nem sempre terão finais felizes, mas devemos evitar de nos envolvermos com o enredo por medo do final? Eu, sinceramente, espero que não.

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