sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Histórias, nossas histórias





Acredito que uma das maiores angústias da vida é não ter respostas para as nossas perguntas. Queremos controlar cada movimento, saber cada passo seguinte. Porém, obviamente, nem todos os questionamentos possuem respostas e, às vezes, apenas o que precisamos são das próprias perguntas.
            Um dia, durante um intercâmbio, me perdi e minha única alternativa era “me achar”. Quando eu conto que me perdi sozinha à noite em outro país pra alguém, vejo no olhar das pessoas o medo de imaginar a situação. Quando alguém nos conta que se perdeu à noite numa cidade desconhecida, imaginamos as pessoas boas que ela encontrou no caminho ou os lugares incríveis que ela descobriu? Provavelmente não, pois nossa mente estará focada na angústia que sentiríamos para achar o caminho de volta caso isso acontecesse com a gente.
É difícil entender a moral de uma história sem ler o livro. Podemos até saber pela boca de alguém que leu, mas isso pode nos fazer perder partes importantes que dão sentido a história.
A gente se conhece mais se perdendo, errando e aprendendo, ouvindo e falando. Agora eu sei que o caminho pode ser tão bonito quanto a chegada, se não for mais. Mas só vamos conseguir enxergar isso se estivermos dispostos a aproveitar o enredo, sem se importar apenas com o final. A diferença da história da nossa vida e a de um livro comum é que na nossa história, a todo o momento, podemos alterar o rumo dos capítulos, se quisermos. A vida nos questiona o tempo inteiro e, hoje, me arrisco a dizer que, talvez, as perguntas sejam mais importantes que as respostas. São elas que nos motivam, enquanto nossas certezas nos acomodam na nossa zona de conforto.
Histórias nem sempre terão finais felizes, mas devemos evitar de nos envolvermos com o enredo por medo do final? Eu, sinceramente, espero que não.

domingo, 22 de maio de 2016

10 coisas que aprendi com 23 anos








1.    Tudo bem mudar de opinião

Quando somos adolescentes é meio tabu mudar de opinião, quando acontece você é muito julgado por isso. O “correto” era você ter um ponto de vista e defende-lo até o fim seja sobre pessoas, coisas ou experiências. Eu tinha mania de achar (tinha certeza) que certas coisas eu nunca iria fazer ou nunca iria acontecer comigo e adivinha? Eu fiz e não deixei de ser eu mesma por isso. A gente tende a mudar de opinião conforme vamos vivendo a vida e tudo bem acontecer isso.


2.    Nunca associe uma música/banda/cantor que você gosta à uma pessoa

Quando somos mais novos achamos super fofo ter uma música que lembre alguém, mas ao passar do tempo pode ser que a gente não queira mais lembrar dessa pessoa, aí toda vez que você ouvir a música, involuntariamente, esse alguém virá na sua cabeça e nem sempre será uma boa lembrança.

 
3.    Nosso papel não é consertar pessoas

Todo mundo tem defeito, eu tenho e você que está lendo esse texto também. É certo que alguns defeitos são mais nocivos que outros, mas, às vezes, temos apenas que aceitar conviver com as peculiaridades de alguém ou deixar pra lá. Isso é uma forma de respeito com o outro e com você mesmo.


4.    Experimente novas comidas

Eu sou do tipo de pessoa que quando gosta de algo eu fico obcecada e só quero comer isso. Mas de alguns anos para cá, venho me abrindo às novas experiências gastronômicas e tem sido ótimo. Guacamole é uma coisa que eu achava impossível de gostar, fui experimentar e adorei. Até salada eu já tenho a minha preferida e olha que odeio salada. Experimenta! Quem sabe você não descobre um novo prato favorito?


5.    Escolha suas batalhas

Eu acredito que essa seja uma das coisas mais difíceis de se aprender a lidar. Principalmente em época de debates acalorados sobre política. É difícil ver o festival de julgamentos e equívocos que acontecem na internet sem tomar partido. Às vezes você é chamado de imbecil e até de vagabundo indiretamente por pessoas que se acham donas da verdade e não respeitam quem pensa diferente, mas que no outro dia está sorrindo e falando com você como se nada tivesse acontecido. É nessa hora que a gente deve apenas acenar e sorrir. O que eu quero dizer é que certas coisas não valem a pena, já é uma batalha perdida. Nesse caso, por exemplo, você vai gastar energia num debate que não vai trazer enriquecimento intelectual para ninguém porque todos estão a fim de ganhar, não de aprender ou de olhar de uma outra perspectiva. É aquele ditado “Às vezes, é melhor estar em paz do que estar certo”.


6.    As palavras são poderosas

Cuidado com o que você fala. Certas coisas depois de serem ditas não têm volta. Uma coisa é o que você fala e outra coisa é o que entendem, mas isso não tira a responsabilidade do que é dito. Dê sua opinião quando pedirem. Aconselhe quando sentir a necessidade, mas não determine o que alguém deve ou não fazer. O que falamos em voz alta tem muita força. Você pode atingir/influenciar/magoar alguém e essa nem ser sua intenção.


7.    Se permita sofrer

Não adianta depois de uma decepção ou fracasso você sair desgovernado pelas baladas da vida como se nada tivesse acontecido. Curtir o período de luto é necessário para que, quando você estiver pronto para seguir em frente, isso aconteça de maneira verdadeira. It´s ok not to be ok, mas entenda que isso deve ser apenas uma fase.


8.    Ouça seus pais

Eles são as pessoas que mais te amam e se preocupam com você. Ouvi-los vai evitar muito perrengue. A vida não é tão carinhosa na hora de ensinar uma lição quanto eles, acredite. Então se sua mãe te falar para levar um casaco que vai esfriar, leva!


9.    Não duvide tanto de você mesmo

Nem sempre todo mundo vai concordar com suas ideias, com suas atitudes e seus planos, mas não quer dizer que você está necessariamente errado. Se você tem um sonho que acha incrível, não deixe ele perder a graça só porque outras pessoas não acham. Duvide dos outros, não de você.


10. Aprenda com a experiência alheia

Acho fundamental aprendemos com nossas próprias experiências. Mas, às vezes, o que precisamos aprender nem sempre está presente nas nossas experiências de vida. Por isso leia livros, veja filmes e séries, converse com pessoas. Pode ser que você encontre respostas para perguntas que não tinham nem passado pela sua cabeça

 

 

sábado, 2 de abril de 2016

Se me permite uma opinião



Eu acho que desde que virei adolescente um certo dilema ronda minha vida: quando estamos maduros o suficiente para tomarmos uma decisão sem precisar de ajuda para tal coisa. Isso porque eu tinha (e ainda tenho) vários amigos que acreditavam que cada um deve fazer o que quer porque “fulano já está bem grandinho” ou que “más influências” não são desculpas porque, no final das contas, "cada um faz o que quer". Realmente, ninguém nos obriga a nada. Mas decidimos quão bom ou ruim é alguma coisa baseado em como nós e as pessoas ao nosso redor vivem a vida, pois elas ajudam a construir nossa visão de mundo.
Toda vez que eu achava que uma pessoa que eu gostava estava tomando uma atitude errada, eu sentia uma necessidade grande de falar meu ponto de vista sobre aquilo. Se depois disso, ela continuasse pelo mesmo caminho eu me sentia mais leve porque só assim eu acreditava que, realmente, ela estava decidindo baseada em sua própria opinião. Também acredito que liberdade é poder de escolha e só temos esse poder, se a gente conhece diferentes realidades e visões de mundo antes de seguir um determinado caminho.
Às vezes, por mais madura e experiente uma pessoa seja e por mais óbvias as coisas pareçam, tudo o que precisamos é de alguém que coloque uma situação de forma clara. Uma frase ou atitude de uma pessoa pode ser o turning point para a vida de outra. Nossas atitudes e pensamento, mesmo que sem querer, influenciam pessoas até quando não percebemos. Sejamos então, o impacto positivo na vida do outro.
Não iremos acertar sempre, mas que tentemos.
Certa vez, uma pessoa me decepcionou. As atitudes dela me fizeram muito mal e eu me senti uma completa idiota por ter acreditado nela. Me senti infantil e boba o suficiente por ter me enganado tanto com alguém. Mas ao conversar com uma amiga, eu percebi que me sentindo assim, eu estava me culpando por um erro que não era meu, mesmo que tivesse impactado minha vida. Não era eu que tinha falhado como pessoa ao acreditar em outro ser humano, mas sim o outro que errou ao não calcular que suas atitudes atingiriam outro alguém. Eu não quero dizer que a gente tem que ser responsável pelo o outro. Mas devemos ter ciencia de atitudes que atingem a vida alheia. Não era eu a boba por ter acreditado naquilo que era me apresentado, mas o outro que enganava passando a imagem errada. Se alguém erra com você, o problema não está em você.
Dizer isso, não é deixar de admitir que atitudes egoístas também se fazem necessárias em nossas vidas. O nosso papel não é consertar pessoas. Mas, se podemos influenciar a vida, os sentimentos, as palavras e as atitudes de alguém que seja positivamente. Seu estilo de vida é uma mensagem que você passa ao mundo, não seria ótimo se essa mensagem fosse inspiradora?
Eu vi em um filme que “nossas digitais não se apagam das vidas que tocamos”. Quais as marcas você quer deixar no mundo?