segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Sinto muito



Que sentimentos são impossíveis de explicar todo mundo sabe, até soa clichê quando falamos algo do tipo “nem sei dizer o que sinto”. Isso se torna mil vezes mais difícil quando sequer sabemos o que estamos sentindo. Esses últimos dias me aconteceram muitas coisas e acho que em toda a minha existência eu nunca tinha tido um dia em que eu pensasse que tudo estava dando errado, até chegar essa semana. Isso foi se estendendo e me fez pensar sobre esses sentimentos que temos e que são tão confusos que não sabemos nem o que estamos sentindo de verdade.
Um dos fatos que me ocorreram me fez chegar à conclusão de que a pior coisa em relação aos sentimentos é quando queremos ficar tristes por algo, mas não conseguimos. Quando você perde alguém, por exemplo, é como se fosse sua obrigação ficar em luto, chorar, mas nem sempre é o que acontece. Às vezes nem é porque a pessoa fez algo de ruim pra você, mas decepcionou pessoas que você ama, e isso pode ser pior. Quando alguém que é importante se decepciona ou se magoa por culpa de outra pessoa, nós tomamos as dores e, mesmo que o tempo passe, certas coisas não são esquecidas.
O que acontece é que podemos sentir pela perda do outro, mas essa perda pode não ser tão grande pra nós, mesmo sendo a de um ente em comum. Queremos poder sentir mais, ficar tristes por nunca mais ver esse alguém, mas, às vezes, só conseguimos sentir por aquele que amamos estar triste, por ser uma perda pra ele, não pra nós. Talvez possa ficar confuso ou talvez alguém já tenha passado por algo assim, não sei. O que eu sei é que eu realmente queria sentir mais do que estou sentindo agora, mas não posso. Eu só sinto por aqueles que eu amo. E eu sinto muito, profundamente e de verdade.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Meu cabelo vermelho



  Houve uma fase da minha vida que eu queria meu cabelo vermelho. Todo mundo me dizia da dificuldade de manter um cabelo vermelho bonito porque ele desbota rápido e dá trabalho para cuidar, mas mesmo assim eu queria. Pintei. Fiquei satisfeita por um tempo. O cabelo começou a dar trabalho. Escureci. Ou seja, não sosseguei até fazer o que eu queria e aconteceu tudo aquilo que tinham me dito sobre. Mas eu me arrependi? Não.
Essa historinha é apenas para ilustrar que acredito que tem coisas na vida que precisam ser vividas para que a gente possa realmente entender como são, sem se apoiar em ninguém ou culpar uma outra pessoa pelo seu fracasso ou sucesso. Às vezes essas consequências são definitivas, às vezes temporárias. Às vezes, elas são ótimas. Mas, às vezes, não.
  O mais encantador de tudo isso é a liberdade de escolha. Para mim, isso torna as coisas mais leves porque mesmo quando não estou feliz com uma escolha que fiz na vida, sou grata por saber que eu fui a responsável pela minha decisão. Apenas estou colhendo os frutos daquilo que eu plantei.
  Não estou dizendo que ouvir as pessoas não seja importante. É importante e mais do que isso, necessário. Porque às vezes achamos que sabemos as respostas certas, mas talvez nossas perguntas que estejam erradas. É através das experiências dos outros que encontramos alguma referência na hora de viver o desconhecido.
  Me tornei uma pessoa mais grata e consequentemente mais feliz a partir do momento que assumi minhas escolhas, sendo elas boas ou ruins.  Em tudo terá os prós e os contras. Mas é tão melhor ter a oportunidade de decidir por nós mesmos que seguir aquilo que foi imposto pela vida ou por alguém.
  É normal se sentir vulnerável quando é necessário tomar uma decisão. Eu li em algum lugar que mesmo quando não fazemos uma escolha é uma escolha, pois estamos escolhendo não escolher. Não devemos ter tanto medo de escolher errado, os tombos não são tão importantes quando você consegue se levantar. Então pinta o cabelo de vermelho se sentir vontade, mas esteja preparado caso não gostar.