terça-feira, 28 de outubro de 2014

LUTO pelo Brasil



  Desisti do facebook por esses dias para não desistir da humanidade. Parece dramático, pois é...
  Pra começar, política se discute, sim! Isso fortalece a democracia e possibilita o nosso crescimento pessoal ao abrirmos a cabeça para desconstruir velhos conceitos tidos como certos, mas, às vezes, equivocados.  As pessoas tem todo o direito de divergirem em opiniões e isso é bom. O problema é que estão tratando a política como futebol. Tudo bem você ficar decepcionado porque seu candidato, que apresentava as melhores propostas, segundo você, não ganhou. Mas agir como se fosse o fim do Estado brasileiro?  Fazer isso é ignorar todas as melhorias identificadas por uma parte da população. População essa que não é menos que ninguém. População que está sendo constrangida por defender um projeto político do qual elas acreditam e se beneficiam. O que eu entendo disso? “Já que meu time não ganhou, vou torcer pro rival se dar mal”. A suposta divisão do país não existe. Dilma teve mais votos no nordeste, mas não significaria vitória se não fossem os votos do resto do país. Traduzindo em números: Norte e Nordeste 24,4 milhões de votos, Sul e Sudeste: 26,7 milhões. Mas o problema nem é esse. O que enoja é ver o ar de superioridade que circula nas redes sociais, os discursos de ódio e as ofensas gratuitas, muitas vezes vindas do “cidadão de bem”.  Eu tenho um caso de amor e ódio com a internet porque ela acaba revelando um lado obscuro de pessoas que eu nem imaginava. Já vi gente querendo impeachment da presidente, já vi gente achando que quem vota no PT é burro, vagabundo e tolerante à corrupção.  Já vi até gente de “luto pelo país”. Mais uma vez, a decepção e indignação com o resultado das eleições são sentimentos inevitáveis quando as ideias que você defende não saíram vitoriosas. Uma oposição forte faz o governo rever alguns conceitos para eleições futuras, pois sabe que o eleitorado brasileiro não está satisfeito. Mas ficar se comportando como criança birrenta é que não ajuda o país. Querer destruir em vez de consertar é um problema. Não se trata de quem entende mais ou menos de política, de quem é de que região ou não, de quem é mais rico ou pobre. Trata-se de se reconhecer como brasileiro. Trata-se de um país como uma unidade, que torce e trabalha pra dar certo porque todos vivemos nele. Na minha humilde percepção, grande partes das pessoas acham que sabem o que é respeito e acham que o praticam. Deveríamos nos colocar mais no lugar do outro antes de condenar um comportamento. A gente tem que parar de torcer para as coisas darem errado só para “mostrar como estávamos certos”. Deveríamos lutar pelo Brasil, não estar de luto por ele.