Pra começar, política se discute, sim! Isso fortalece a
democracia e possibilita o nosso crescimento pessoal ao abrirmos a cabeça para
desconstruir velhos conceitos tidos como certos, mas, às vezes, equivocados. As pessoas tem todo o direito de divergirem em
opiniões e isso é bom. O problema é que estão tratando a política como futebol.
Tudo bem você ficar decepcionado porque seu candidato, que apresentava as
melhores propostas, segundo você, não ganhou. Mas agir como se fosse o fim do
Estado brasileiro? Fazer isso é ignorar
todas as melhorias identificadas por uma parte da população. População essa que
não é menos que ninguém. População que está sendo constrangida por defender um
projeto político do qual elas acreditam e se beneficiam. O que eu entendo
disso? “Já que meu time não ganhou, vou torcer pro rival se dar mal”. A
suposta divisão do país não existe. Dilma teve mais votos no nordeste, mas não significaria
vitória se não fossem os votos do resto do país. Traduzindo em números: Norte e
Nordeste 24,4 milhões de votos, Sul e Sudeste: 26,7 milhões. Mas o
problema nem é esse. O que enoja é ver o ar de superioridade que circula nas
redes sociais, os discursos de ódio e as ofensas gratuitas, muitas vezes vindas
do “cidadão de bem”. Eu tenho um caso de
amor e ódio com a internet porque ela acaba revelando um lado obscuro de pessoas
que eu nem imaginava. Já vi gente querendo impeachment da presidente, já vi
gente achando que quem vota no PT é burro, vagabundo e tolerante à
corrupção. Já vi até gente de “luto pelo
país”. Mais uma vez, a decepção e indignação com o resultado das eleições são
sentimentos inevitáveis quando as ideias que você defende não saíram vitoriosas.
Uma oposição forte faz o governo rever alguns conceitos para eleições futuras,
pois sabe que o eleitorado brasileiro não está satisfeito. Mas ficar se
comportando como criança birrenta é que não ajuda o país. Querer destruir em
vez de consertar é um problema. Não se trata de quem entende mais ou menos de
política, de quem é de que região ou não, de quem é mais rico ou pobre. Trata-se
de se reconhecer como brasileiro. Trata-se de um país como uma unidade, que
torce e trabalha pra dar certo porque todos vivemos nele. Na minha humilde
percepção, grande partes das pessoas acham que sabem o que é respeito e acham
que o praticam. Deveríamos
nos colocar mais no lugar do outro antes de condenar um comportamento. A gente
tem que parar de torcer para as coisas darem errado só para “mostrar como estávamos
certos”. Deveríamos lutar pelo Brasil, não estar de luto por ele.