sábado, 15 de junho de 2013

Lar, doce lar

Uma das melhores sensações é se sentir pertencente à algum lugar. Ter um lar. E quando digo isso, não quero só dizer o lugar onde eu resido. Minha casa é meu lar. Mas hoje, com tantas mudanças na minha vida: de cidade, de humor, de necessidades, de vontades, conclui que essa palavra engloba muito mais coisas do que apenas um lugar físico. Lar, para mim, significa eu me sentir em casa. Consigo me sentir em casa no sotaque igual ao meu de um desconhecido na rua, ao assistir minhas séries preferidas, nas risadas dos meus amigos (tudo se torna tão mais engraçado quando compartilhado com alguém com o mesmo humor que o meu), me sinto em casa quando uma música que só eu conheço toca na balada, nas piadas internas de família, nas conversas com aqueles amigos que fico tempos sem ver, mas quando encontro é como se nada tivesse mudado. Sinto-me em casa quando alguém compartilha um problema e nem imagina que estou passando por algo parecido, quando vejo novas rotinas se tornarem apenas rotina, quando alguém sente vontade de me contar situações comuns do dia-a-dia, quando me mandam uma mensagem só para saber como estou, quando entendem meus medos, mas me incentivam. Hoje consigo me sentir em casa vendo um filme ou lendo um livro que me prenda, vendo a torcida do meu time no estádio, ou quando um cachorro vem brincar comigo. Às vezes, acho até estranho me sentir em casa longe de casa. Mas é encantador descobrir que meu lar são as palavras que me influenciaram, as pessoas que tenho na minha vida e os hábitos e tradições que mantenho independente de onde e como esteja. Porque como, um dia, alguém disse: a única constante da vida é a mudança. Por isso não devemos nos prender a como estamos e sim a quem somos: essa coleção de experiências e memórias. 

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Aprendendo a mudar


Fonte: http://www.flickr.com/photos/lucasmmendes/4623872565/

Quando ainda não tinha saído da minha cidade natal, tudo parecia normal: os amigos, a família, a rotina... A partir do momento em que eu decidi me mudar, estudar longe de casa, morar sozinha, tudo se tornou intenso. Como assim? Bom, a começar pela presença dos meus pais. Eu nunca havia passado mais de uma semana sem ter contato físico com eles, quando foi chegando o dia de ir embora, eu comecei a reparar no quanto eu amo estar perto deles, mesmo sem dizer nada. Depois tem os meus irmãos, que são tão importantes pra mim que fica difícil descrever como é bom estar na companhia deles, mesmo quando eles brigam entre si (já que eu sou a mais velha, me recuso a participar das brigas haha).
Ao planejar as coisas, era só empolgação, euforia, ansiedade... Na véspera da mudança, as visitas começaram. Foi um domingo agitado, de hora em hora chegava alguém. A cada pessoa que chegava, um litro de lágrima rolava. Eu nunca fui do tipo sentimental, mas esse dia eu chorei tudo o que eu não tinha chorado toda a minha vida. Eram tantos sentimentos juntos que é impossível descrever se era choro de tristeza ou de alegria. Medo, felicidade, saudade antecipada, emoção, tudo isso ao mesmo tempo passando por mim. 
Chegou o grande dia. Tudo estava tão diferente e ao mesmo tempo tão normal... Passou a primeira semana, o primeiro mês e, enfim, o primeiro ano. Um ano! Quando foi que os dias começaram a passar tão rápido assim? 
Minha rotina agora é outra, completamente diferente de um ano atrás. Mas ainda não me acostumei a estar longe, sempre sinto muita falta da minha família, daquelas pessoas que são tão íntimas, tão minhas. É uma saudade boa, daquelas que só te fazem valorizar ainda mais aqueles que você ama, que só te querem bem. Hoje eu dou muito mais valor à presença deles, cada minuto que eu passo junto a eles é como se fosse o último. A mudança me mudou, me fez crescer e saber dar importância a quem realmente se importa comigo, e isso é o que me deixa realizada.